quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Maradona, o Deus do povo argentino

Com as glórias da conquista da Copa do Mundo de 1978 e vivendo a Ditadura Militar, a Argentina no ano pós-título assistia ao nascimento de um craque. Era um jogador baixinho, franzino e canhoto que encantou o País com o título do Campeonato Mundial sub-20.

Esse garoto nasceu em 30 de outubro de 1960 na cidade de Lanús, com o nome de Armando Diego Maradona, com apenas 19 anos ele foi o destaque do torneio além de ser o capitão da equipe.

Maradona foi revelado pelos Argentinos Juniors e jogou no time profissional de 1976-1981, com a incrível marca de 116 gols em 166 partidas. Com sua habilidade foi contratado pelo Boca Juniors, clube com maior torcida na Argentina.

Em 1982 foi convocado pelo selecionado argentino, para a disputa de sua primeira Copa do Mundo, mas sua atuação ficou abaixo das expectativas o que rendeu muitas críticas da imprensa portenha. Neste mesmo ano ele se transferiu para o Barcelona-ESP, onde conseguiu se firmar novamente, passado mais dois anos Maradona foi contratado pelo Napoli-ITA, junto com Careca formou uma das duplas de ataque de maior sucesso no Mundo.

Na Copa do Mundo de 1986, no México El Pibe de Oro como era conhecido foi o destaque do Mundial, na partida contra a Inglaterra ele fez um gol antológico onde driblou vários jogadores ingleses além do goleiro fazendo 1 x 0 Argentina, logo em seguida o segundo e o mais polêmico gol do Mundial. Maradona subiu mais alto que o goleiro inglês e fez o gol com a mão, até hoje esse gol é chamado de Fue la mano de Dios ("Foi a mão de Deus").

Mais tarde a Argentina sagrou-se campeã em cima da Seleção da Alemanha, Maradona seguiu desfilando seu futebol pelo Napoli e foi pego no exame antidoping no ano de 1991, ali começou a decadência em sua carreira. Em 1994 na Copa dos Estados Unidos, foi reprovado no exame novamente e suspenso pela Fifa por um ano. Voltou para seu País de origem e jogou pelo Newell’s Old Boys e encerrou a carreira no Boca Juniors, aos 37 anos em 1997.

Quando abandonou os campos El Diez sofreu com as drogas, ficou internado na clínica de recuperação em Cuba e escreveu sua autobiografia com título Eu sou o Diego. Na volta a Argentina, em 2005 virou apresentador do programa A noite do dez entre os entrevistados, famosos como Xuxa, Pelé e Mike Tyson.

Em 2008 com a saída de Alfio Basile da Seleção Argentina, o Presidente da AFA (Associação de Futebol Argentina) Julio Grandona, chamou El Pibe para treinar o País. Com a seleção em crise Maradona aceitou o convite, porém ele não imaginava o quanto seria difícil a vida de um treinador.

Toda a idolatria do povo argentino pelo jogador caiu por Terra, seus seguidores que passavam as noites no Hospital em apoio ao seu estado crítico devido as drogas, hoje o criticam veemente, pois a Argentina faz uma péssima campanha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. O povo que antes o chamava de Dios, hoje chama Don Diego de burro, devido aos atritos com estrelas da Seleção como Riquelme, além de críticas ferrenhas ao padrão de jogo, que no modo da imprensa o selecionado hermano não tem.
Agora resta saber o que será de Maradona se não levar a Seleção Argentina para a Copa do Mundo, como reagirá o povo que o idolatrava? Don Diego fez o certo em aceitar esse convite e perder toda sua magia? Cenas deste próximo capítulo no mês de outubro com o desfecho das Eliminatórias Sulamericanas.

Por Adriano Gonçalves - Jornalista e Colunista do Blog do Vico.

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