terça-feira, 2 de junho de 2009

No Estadão de Hoje...

Fifa aponta Morumbi como o pior estádio.


Pessoa ligada à CBF diz que São Paulo se tornou sede por seu poder econômico, mas o estádio é inferior até a alguns de cidades eliminadas.


Bruno Lousada.


Passado o anúncio oficial das sedes da Copa de 2014, começou a fase de cobrança. Um seminário entre segunda e quarta-feira vai servir para a Fifa deixar claro suas exigências e, ao que tudo indica, a principal vítima será a cidade de São Paulo e, mais especificamente, o Estádio do Morumbi, de propriedade do São Paulo Futebol Clube.


Uma fonte ligada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afirmou que, para a Fifa, o projeto de São Paulo conta com bons hotéis, boa infraestrutura, mas o estádio é o pior entre todos, inferior até a alguns que foram eliminados.

Segundo a fonte, a área de imprensa não agrada, a capacidade que o clube pretende atingir (62 mil lugares e mais outros espaços, atingindo 70 mil) não será possível e os vestiários são ruins. Nos bastidores, dizem até que seria mais viável construir outro do que reformá-lo e que São Paulo só não ficou fora por seu poderio econômico e pela boa rede de hotéis.

"É claro que São Paulo não vai perder a sede, mas terá de dar um jeito. Ou reformar, atendendo todas as solicitações, que não são poucas, ou construir outro. "Caio Luiz de Carvalho, presidente da SP Turismo e coordenador da candidatura paulistana, se defende. "É difícil comparar com estádios que não existem, que estão só não projeto. Claro que você fará um projeto atendendo todas as exigências."

COBRANÇAS.

No seminário da próxima semana, no Rio, com a presença de representantes das 12 cidades escolhidas, serão analisados todos os projetos e alguns sofrerão modificações, especialmente em relação aos estádios, conforme adiantou o presidente do Comitê Organizador do evento e da CBF, Ricardo Teixeira.

A maior preocupação do dirigente é a de não expor sua imagem com um eventual fracasso na organização. Por isso, exige responsabilidade e trabalho duro das cidades para cumprir os prazos.

Sabe que qualquer atraso no cronograma pode acarretar multas e problemas na conclusão.

O Pan-Americano do Rio, em 2007, apesar de ser uma competição totalmente distinta, serve de exemplo, principalmente no quesito organização.

Muitos equipamentos tiveram suas obras concluídas às pressas, sob acusação de falta de planejamento.

Pelo menos no discurso, a Fifa garante não tolerar esse erro. "A Copa de 2014 está começando. É como se tivéssemos passado no vestibular. Agora, temos cinco anos para a formatura, desde o primeiro jogo até a final do Mundial", disse Teixeira.

É tão evidente a necessidade de melhorias em todas as sedes que nem os membros da Fifa conseguem minimizá-la.

O secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, admitiu que nenhuma cidade estaria hoje preparada para abrigar jogos da Copa.

Todas, sem exceção, precisam investir em transporte, segurança, estádios, telefonia e aeroportos.

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