segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Verdadeiro amor II

Não era a minha intenção escrever hoje, mas como a repercussão foi muito grande, com muita gente elogiando, criticando, dando ideias, mostrando seus pontos de vista e falando sobre algumas questões que eu não citei no texto (por motivos de força maior), quero esclarecer alguns pontos, sem me alongar porque hoje tivemos a morte de um amigo e temos um clássico importantíssimo pela frente. Eu sei que uma vitória não vai compensar a perda de quarta- feira, mas vai ajudar muito essa retomada rumo ao caminho certo.

Com relação ao texto, sei que é impossível agradar ou concordar com todo mundo, podemos não gostar desse ou daquele, discordar disso ou daquilo, mas aprendi com o tempo a respeitar a opinião dos outros e tentar crescer com ela. Esse é um tipo de interação que nós jogadores não temos com o público, e acho importante para entendermos melhor esses dois mundos. Ninguém é mocinho, ninguém é vilão.

Gostei de muitos comentários, mesmo dos que não concordaram comigo ou concordaram só em partes, e até dos que dissecaram o texto em varias partes, tentando pegar qualquer brecha que eu pudesse ter dado para usá-las contra mim. Como demonstração de respeito e humildade, vou reiterar algumas coisas que escrevi pois também aprendi com os comentários.

Eu disse que clube de futebol não vive só de títulos, e vocês disseram que a torcida não exige títulos, ela exige raça, vontade e luta até o final. Eu presenciei isso naquela derrota para o Flamengo ano passado e foi uma das coisas mais marcantes da minha carreira. Sair aplaudido do Pacaembu (mesmo que eu não tenha jogado, pros que com certeza vão mencionar), não dá pra descrever. Quero deixar claro que vocês têm razão.

Outro ponto que gostaria de corrigir, é o de que torcer pelo Corinthians quando tudo está bem, é fácil. Quero acrescentar que não, não é fácil gastar todo o salário nos ingressos, viajar horas atrás do time pra poder acompanhar sua paixão, aguentar chuva e sol nas arquibancadas, etc…. Mais uma vez vocês também têm razão.

Mas se lerem outros posts mais antigos, verão que sou da teoria de que o espectador é o patrão, pois é ele que paga o ingresso e consome os produtos do clube e dos anunciantes. Consequentemente, é ele quem paga o nosso salário e que faz o futebol profissional existir. E apesar disso, ele é o mais prejudicado dentro do sistema do futebol. Seja pela má qualidade do espetáculo, pelo horário do jogo, pelo preço dos ingressos e pela falta de conforto no estádio ou ao redor dele.

Não vou me aprofundar mais nesse ponto de defender o torcedor. Só quero que fique claro que, se eu quisesse fazer média, não estaria dando a cara para bater e expondo a minha opinião aqui.

O que não admito é fazer competição de sofrimento, dizer que não sei o que é economizar 5 reais pro ingresso ou que pelo meu salário hoje não passo isso ou aquilo. Cada um tem uma história, cada um sabe o que passou na vida pra conquistar o que tem e como eu disse no início do texto, podemos discordar em tudo, mas devemos nos respeitar sempre.

O texto de ontem foi parar até no blog do Juca Kfouri. Li alguns comentários de lá e até disseram que esse texto não partiu de um jogador de futebol. Apesar de me sentir elogiado pela dúvida, já sabia que isso poderia acontecer. É um preconceito pelo qual decidi lutar quando comecei a escrever no blog.

E quanto à questão da violência, que bom que 99% das pessoas concordaram que não é a saída para todos os problemas que estamos enfrentando dentro de campo.

Vamos em frente.

Abraços,

Paulo André - Blog do Zagueiro do Timão

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